Em todo o mundo, uma em cada três pessoas não teve acesso à alimentação adequada em 2020. No mesmo ano, a estimativa é de que entre 720 e 811 milhões de pessoas enfrentaram problemas relacionados à fome. Os dados são do relatório Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo, da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou evento nessa quarta-feira (22) para tratar de estratégias a fim de garantir a segurança alimentar. Na ocasião, o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sérgio De Zen, falou da importância de separar a produção e oferta de alimentos da aquisição e acesso a eles. Para ele, trata-se de uma questão de renda, programas sociais e decisão econômica.
“O governo e as instituições nacionais e internacionais podem se posicionar em relação à aquisição de alimentos para evitar a escassez. É por meio da previsibilidade que conseguimos instituir uma agenda positiva. Com isso, as decisões tanto do plantio, como da colheita e da retenção de matrizes têm que ser tomadas com base nesses cenários”, pontuou.
O evento também contou com a presença do professor sênior de Agronegócio no Instituto de Ensino e Pesquisa e coordenador do centro Insper Agro Global, Marcos Jank. Durante o encontro, ele destacou que o cenário de fome atual está associado à pandemia e à guerra.
“Temos observado vários países tomando decisões erradas. A maioria defende que a solução para a fome é voltar com os subsídios distorcidos e estoques estratégicos, mas a solução para o problema da segurança alimentar é global. É manter mercados abertos, apoiar populações mais vulneráveis, aumentar a transparência e o diálogo internacional”, disse Jank.
O evento organizado pela CNA contou com a presença de especialistas, políticos, lideranças e autoridades para tratar de temas considerados fundamentais para o Brasil. O encontro foi o quarto de uma série. A partir do que foi discutido, a CNA deverá formular as propostas do setor produtivo para apresentar aos candidatos à Presidência e aos parlamentares.
Fonte: Brasil61