Plataforma Recircula Brasil permite rastrear reutilização de plástico

Redação 14/02/2024
Atualizada 2024/02/14 at 6:22 AM
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Apenas 25,6% das embalagens plásticas são recicladas atualmente no Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). O material pode levar até 450 anos para se decompor. Por isso, o descarte inadequado traz impactos ao meio ambiente. Com o objetivo de promover a reciclagem do plástico, a Abiplast e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) desenvolveram a plataforma “Recircula Brasil.” Lançada em 2023, a iniciativa já conta com a participação de 5% do setor.

A ferramenta rastreia os resíduos plásticos desde a origem até a reinserção como matéria-prima utilizada em outro produto, segundo o presidente-executivo da Abiplast, Paulo Teixeira. “A gente, junto com o governo federal, desenvolveu uma plataforma em que entra o resíduo e dali você sabe quem transformou isso em resina reciclada. Depois, para quem ele vendeu essa resina reciclada, que produto que ele fez e quanto de conteúdo reciclado tem esse produto final que o transformador fez. Então a gente consegue saber de qual cooperativa ele veio e aonde foi parar”, afirma.

A Cimflex é uma indústria plástica que oferece soluções para a construção civil e infraestrutura que participa da plataforma Recircula Brasil desde o início. O diretor-presidente da empresa, Ricardo Jamil Hajaj, afirma que a ferramenta contribui com as necessidades do setor e traz solidez para o mercado.

“Esse sistema tem uma importância fundamental para a cadeia circular do plástico porque ele vai poder dar às empresas a garantia de rastreabilidade para os nosso clientes. A garantia de idoneidade do resíduo e da fonte e da aplicação — porque nós temos o controle total desde a nota de compra do resíduos até a nota de venda do produto acabado”, pontua.

A iniciativa vai ao encontro da ideia de economia circular: um modelo econômico pautado na busca pela redução do desperdício baseada nos princípios de reduzir, reutilizar e reciclar. A economia circular é um dos quatro pilares da missão de descarbonização do setor produtivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) .

Essa forma de produção utiliza novos modelos de negócios, otimização nos processos de fabricação, menor dependência de matéria-prima virgem e priorização de insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.

Aumento na geração de resíduos sólidos representa risco ambiental e à saúde humana

Reciclagem

No Brasil, cerca de 22 milhões de pessoas não possuem acesso à cobertura de coleta domiciliar de lixo. Segundo dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), as regiões Norte e Nordeste apresentam os menores índices. O advogado e consultor em gestão de resíduos e economia circular Fabrício Soler ressalta que a reciclagem potencializa o desenvolvimento de uma nova economia, gera emprego e renda.

“Potencializa a aderência do Brasil com a agenda de economia circular e os critérios ambientais, sociais e governança do ESG . E, também, ao definhar esse volume de aterros sanitários e de lixões, nós estamos evitando que recursos sejam encaminhados para disposição final. E muitas das vezes de forma inadequada porque eles vão parar em lixões e porventura podem estar impactando o ambiente quando vão para lixões”, explica.

O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022, publicado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), mostra que o país gerou cerca de 81,8 milhões de toneladas de resíduos em um ano — o que corresponde a 224 mil toneladas diárias. Em média, cada brasileiro produziu 1,043kg de resíduos por dia.

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