O Brasil subiu três posições e passou do 57º para o 54º lugar no Índice Global de Inovação (IGI), divulgado na última quinta-feira (29) pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). O país está mais perto de seu melhor resultado, a 47º posição alcançada em 2011.
No Brasil, a OMPI conta com a parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para publicar a classificação. Na avaliação da CNI, embora o Brasil tenha caído duas posições no ranking de “insumos de inovação” (de 56º, em 2021, para 58º em 2022), o país ganhou seis posições no ranking de resultados de inovação (de 59º para 53º). Isso explica a melhora no ranking.
Para Gianna Sagazio, diretora de Inovação da CNI, a melhora no IGI mostra que, apesar das dificuldades estruturais do ecossistema de inovação no Brasil, as empresas nacionais têm se superado. Isso fica evidente ao observar que o país é o 35º colocado no quesito economia com negócios mais sofisticados do mundo, enquanto no componente infraestrutura, o Brasil está na sexagésima quinta posição.
“Isso quer dizer que, em relação aos investimentos em inovação, o Brasil piorou. Entretanto, é como se os agentes do ecossistema brasileiro tivessem feito mais com menos e obtido melhores resultados, apesar da queda nos insumos/investimento”, analisa.
Antes atrás de três vizinhos latinoamericanos, sendo Chile, México e Costa Rica, o Brasil ultrapassou os dois últimos e, agora, é o segundo país da América Latina mais bem posicionado no ranking.
Segundo a própria CNI, o Brasil tem tudo para ser uma potência quando o assunto é inovação, mas precisa investir mais do que a média atual de 1% do PIB. André Luís Helleno, professor de Planejamento Industrial da Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirma que investir mais em inovação é importante para o crescimento econômico do país.
“Quando a gente olha esse grau de investimento, claramente é um ponto em que a gente precisa evoluir bastante como país para que se a gente quiser ter um povo, uma nação maior com relação à geração de riqueza, de valor para a sociedade, a gente precisa ampliar esses valores de investimento em inovação”, avalia.
Indústria protagonista na inovação
O investimento em inovação no Brasil passa necessariamente pelos empresários da indústria, já que é o setor de onde costumam sair as inovações em produtos e serviços que chegam aos consumidores. Os números mostram que 68,6% do investimento empresarial em Pesquisa e Desenvolvimento (P