A indústria da Bahia gera aproximadamente R$ 56 bilhões de Produto Interno Bruto (PIB) e emprega mais de 360 mil pessoas, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O setor, que representa mais de 21% de todo o PIB do estado, deve ser um dos mais beneficiados com o 5G, que chegou a Salvador no dia 16 de agosto. Se a nova tecnologia promete maior velocidade de navegação aos usuários, o setor produtivo tem a possibilidade de maior automatização e otimização de processos.
Considerado o pilar da Indústria 4.0, o 5G permitirá que a Inteligência Artificial faça ajustes de forma contínua para que a produção se mantenha sempre de acordo com a demanda, ou ainda um monitoramento 24 horas por dia e otimização de desempenho e segurança. Tudo graças à alta velocidade e ao baixo tempo de resposta, além de uma maior capacidade de conexão, essencial para a indústria. Estima-se que a nova internet suporte aproximadamente a conexão simultânea de um milhão de dispositivos por quilômetro quadrado, o que leva à evolução da Internet das Coisas (IoT), em que máquina “conversa” com máquina, para produzirem análises mais rápidas de dados.
O 5G que está sendo instalado nas capitais está presente principalmente na área central. No caso de Salvador, o sinal é melhor captado nos bairros Brotas, Pituba, Rio Vermelho, Parque Bela Vista, Armação, Barra, Matatu, Nazaré, Santa Teresa, Patamares, São Marcos e Barbalho. Ao todo, foram instaladas 193 antenas, segundo a Anatel.
A Tim, uma das operadoras que oferecem a nova tecnologia e a que possui mais alcance, disponibiliza o 5G puro em 77 bairros da cidade. Homero Salum, diretor de Engenharia da TIM Brasil, diz que a internet de quinta geração vai impactar não só a rotina do dia a dia, como também revolucionar diversos setores.
“Com conexões melhores e mais rápidas, o 5G é capaz de conectar máquinas, objetos, coisas e pessoas. Por isso, é chamada a tecnologia do futuro. Essas características vão impactar o Brasil em inúmeros segmentos da indústria, do setor de serviços, do agronegócio e até mesmo as rotinas das pessoas dentro das casas”, aponta Salum. “Na indústria, que vai gerar máquinas e equipamentos para toda essa conectividade, o impacto será revolucionário.”
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Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), revela que o 5G vai impactar tanto as micro e pequenas empresas quanto as de maior porte. Para a grande indústria, a maior novidade será a possibilidade de criar redes privadas com a tecnologia, o que vai otimizar ainda mais os processos e ganhos. Ele ressalta, no entanto, que todo e qualquer produtor que tenha acesso vai começar a se beneficiar a partir de agora.
“O empresário que está incrustado dentro da cidade e que faz também o processo fabril, ou o pequeno agricultor que está na borda e pode se cobrir com esse 5G, ou um microempreendedor pode, sim, ter seus processos produtivos melhorados. Você vai ter uma indústria que vai trabalhar com 5G, esse já vai poder operar um equipamento à distância, seja um drone, um semeador, seja uma máquina agrícola, se ele já tiver acesso ao 5G. Aquelas indústrias que se prevalecem de meios mecânicos, automatizados para fazerem seu processo produtivo, se aproveitam do 5G na medida em que estão presentes”, destaca Stutz.
De acordo com dados da CNI, a indústria baiana exportou, em 2021, mais de US$ 5,5 bilhões, colocando o estado em sétimo lugar no país em exportações industriais. O setor também é responsável por 55,8% de todas as exportações baianas.
Salvador recebeu o 5G no mesmo dia em que Goiânia (GO) e Curitiba (PR). As três capitais se juntaram a São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e João Pessoa (PB), que receberam o sinal antes, e às que receberam mais recentemente: Rio de Janeiro (RJ), Palmas (TO), Florianópolis (SC) e Vitória (ES).
Fonte: Brasil61