Luiz Henrique de Lima Cardoso, um jovem de 21 anos, foi esfaqueado e morreu durante a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBTQIA de Niterói. O evento, que ocorreu ontem (7) na orla da Praia de Icaraí, esperava um público de 50 mil pessoas.
Para o Grupo Diversidade Niteroi (GDN), responsável pela Parada do Orgulho LGBTQIA na cidade, o contingente policial era pequeno e insuficiente. Hoje (8), a entidade divulgou um nota pública dando informações sobre o episódio e se solidarizando com os familiares e amigos do jovem. “Seguiremos cobrando respostas e fortalecendo nossa comunidade”, diz o texto.
De acordo com o GDN, o crime ocorreu após uma discussão. “Imediatamente após tomarmos conhecimento do caso, paramos o som, interrompemos a parada e mobilizamos apoio à vítima para que ele fosse removido ao serviço de saúde”, registra a nota.
A entidade afirma estar de luto e ressalta que a situação, inédita nos 16 anos de realização do evento, deixa a comunidade envolvida consternada, triste e preocupada. “Nunca ocorreu um caso tão grave em nossa manifestação desde a sua primeira edição. Infelizmente, em um evento tão grande, vemos a presença de pessoas que não fazem parte de nossa luta, que vêm à parada com a intenção de manchar todos os esforços que dedicamos para colocar nossos corpos nas ruas”, acrescenta o texto.
O GDN reitera, no entanto, que apesar do caso preocupante, a Parada do Orgulho LGBTQIA é um espaço seguro e que a comunidade LGBTQIA é reconhecida como pacífica e apaziguadora. Segundo a entidade, vídeos serão reunidos para colaborar com as investigações e identificar o autor do crime.
Conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde de Niterói, o atendimento foi feito pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o jovem foi encaminhado ao Hospital Estadual Azevedo Lima, mas não resistiu. Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Militar do Rio de Janeiro não se manifestou.
A Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Niterói também divulgou um nota oficial prestando solidariedade à família do jovem. De acordo com a pasta, está sendo fornecido suporte psicológico, jurídico e socioassistencial aos parentes da vítima.
“Desde o primeiro momento que recebemos a informação do ocorrido, entramos em contato com a família de Luiz Henrique para acompanhá-los à 78ª Delegacia de Polícia, no Fonseca, onde se encontravam membros da Delegacia de Homicídios, responsável pelo caso”, acrescenta o texto.
Edição: Fábio Massalli
Fonte: EBC