Quem nasceu em dezembro e tem recursos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) já pode movimentar, a partir desta quarta-feira (15), até R$ 1.000 referentes ao saque extraordinário. O valor é depositado automaticamente na poupança social digital, Caixa Tem ou diretamente na conta indicada pelo trabalhador no aplicativo do FGTS.
O valor da liberação leva em conta a somatória de todas as contas do Fundo de Garantia. Os créditos começaram a ser pagos em 20 de abril para trabalhadores nascidos em janeiro. A Caixa Econômica, responsável pela gestão do FGTS, estima que cerca de 42 milhões de trabalhadores possuem essas contas.
Esse é o último crédito viabilizado pela MP 1105/2022, que liberou mais de R$ 30 milhões. O prazo final para retirada dos valores, no entanto, vai até 15 de dezembro.
Caso o trabalhador não movimente o recurso até essa data (válida para todo o calendário de liberações), o valor volta para a conta do FGTS e será corrigido com base nos rendimentos da poupança. O trabalhador também pode informar o seu desinteresse pelo recurso até 10 de novembro, diretamente pelo aplicativo do FGTS.
Um questionamento levantado pela população é se vale a pena realizar esse saque extraordinário para pagar despesas pessoais. Quem opina sobre o tema é o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli.
“Acho que a ordem de considerações a respeito disso deve levar em conta primeiro o fato de que o Fundo de Garantia a rigor deveria ser um instrumento para proteção, proteção da poupança futura, para o caso da aposentadoria ou para aquisição ou construção da casa própria. Essas são as finalidades principais do uso do FGTS”.
Mas ele pontua que, nas circunstâncias econômicas atuais, é preciso levar em conta alguns fatores. “Como, por exemplo, o fato de que o FGTS propicia um rendimento muito baixo, principalmente para os padrões atuais da economia brasileira Com 3% por cento de rendimento mais a TR, que é quase nada, apesar de que existem uma distribuição de lucros que tem propiciado um rendimento um pouco maior, ainda assim ele é para os padrões brasileiros, para a inflação atual, muito baixo. Por outro lado, as dificuldades são crescentes e isso induz à retirada para atender prioritariamente às dívidas”.
Portanto, segundo o economista, utilizar o FGTS para quitar dívidas passa a valer a pena nesse cenário, propiciando um alívio em termos pessoais ou como um complemento de renda. “Isso poderia ajudar na complementação do consumo de necessidades básicas. E, em casos excepcionais, utilizar esses recursos para investimentos, o que serviria para aquelas famílias sem dívidas ou necessidades pessoais prementes.”
Fonte: Brasil61