O ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul começará a se afastar em direção ao oceano. De acordo com Mamedes Luiz Melo, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia, não há previsão de fortes pancadas de chuva no estado para os próximos dias.
“O ciclone extratropical já foi embora, então não tem mais essa chuva significativa acontecendo. Muito pelo contrário, é previsto um frio que vai trazer geada para grande parte do Rio Grande do Sul neste sábado”, informa o meteorologista.
De acordo com Melo, o ciclone deixou um rastro de destruição no estado. “Boa parte do estado do Rio Grande do Sul recebeu essa chuva, ou quem não recebeu, recebeu vento. Então foi bem castigado. Eu diria que a parte no noroeste do estado, leste e centro pegaram bastante vento e chuva”, completa.
De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, na quinta-feira (13), 52 municípios foram atingidos pelas chuvas volumosas previstas, além de queda de granizo, inundação, alagamento e vendaval, que foram algumas das causas das perdas materiais.
Até o momento, foram registradas uma morte, 23 feridos, 234 desabrigados e 331 desalojados. Estima-se em 17.399 o número de afetados pelo evento climático.
Os municípios que reportaram chuvas intensas foram:
- Santa Rosa
- Nova Palma
- Porto Alegre
- Sapiranga
- Cidreira
- Cerro Largo
- Humaitá
- Doutor Maurício Cardoso
- Tramandaí
- Capão da Canoa
- Farroupilha
- Caraá
O governo do Rio Grande do Sul enviou um projeto de lei à Assembleia Legislativa para regularizar um benefício para os afetados pelo ciclone. As famílias devem receber uma ajuda financeira de R$2.500 para auxiliar na recuperação e reconstrução de seus bens.
Aumento de produtos
O aumento no preço de produtos ou serviços, após passagem do ciclone extratropical, podem ser consideradas práticas abusivas. O Procon/RS alerta os consumidores e fornecedores para uma prática abusiva prevista na Lei 8.078/90. É considerado ilegal aumentar o preço de produtos ou serviços sem justificativa válida.
Bernardo Linhares Marchesini, advogado especialista em direito civil, informa que a situação da passagem do ciclone pode ser comparada ao que aconteceu na pandemia, quando fornecedores utilizam do poder financeiro e técnico sobre o consumidor.
“Porque o aumento exacerbado, aumento muito exagerado dos valores dos produtos serviços é vedado pela legislação. Não pode, o fornecedor, aproveitar a situação de, vamos dizer assim, desespero, a situação de perigo que se encontra o consumidor — e cobrar o valor fora da regra de mercado do do que ele está ofertando”, explica.
Consumidores que se sentirem lesados com práticas desse tipo podem realizar a denúncia ao Procon/ RS.
Como denunciar
As denúncias podem ser realizadas pelos canais oficiais de atendimento do Procon.
- WhatsApp (51) 3287-6200 – atendimento de segunda à sexta-feira, das 10h às 16h
- Atendimento eletrônico do Procon
- Delegacia de Polícia mais próxima
Fonte: Brasil61