Desde 2008, o mês de novembro é considerado o mês internacional de sensibilização para a causa da prematuridade, em que se comemora o Dia Mundial da Prematuridade (17). O objetivo é reconhecer e aumentar a visibilidade desse problema, sensibilizar sobre as necessidades e os direitos plenos dos bebês prematuros e das famílias.
Segundo a pediatra Natalia Bastos, a prematuridade é o nascimento do bebê antes de 37 semanas de gestação. Os fatores associados são variados e vão desde o uso de bebidas alcoólicas, tabagismo, gemelaridade, infecções urinárias até traumas causados por acidentes.
A médica reforça a importância da realização do acompanhamento pré-natal. “O fato de não fazer pré-natal também está associada a prematuridade, pois dentro do pré-natal sempre é investigado hipertensão, diabetes, obesidade, porque quando a mãe ganha muito peso pode estar associada ou não a diabetes e isso também está associada a prematuridade, a avaliação da pressão durante as consultas.”
Como lidar com o nascimento prematuro do bebê
Agda Dias é administradora e mãe da Amora Sacute, de 7 anos. Ela nasceu prematura de 27 semanas e com paralisia cerebral.
“Com 22 semanas minha pressão estava um pouco alterada, mas controlada com medicação. Fizemos exames e fiquei de observação, mas não justificava outro tratamento. Até que no dia 22 de setembro de 2015 eu acordei com muita tontura. A pressão estava 15/10. Fiz um ultrassom de manhã, tomei outras medicações, fiquei observando, mas a partir das 18h a pressão começou a subir mais. Cheguei no HCRP às 23h com 20/11 em um quadro de Síndrome de Hellp. Fizemos uma cesárea de urgência e Amora nasceu na madrugada do dia 23, de 27 semanas, pesando 760g”, completa.
Amora passou por 111 dias de internação e, durante esse período, teve intercorrências como retinopatia da prematuridade, broncodisplasia e hipertensão pulmonar, hemorragia intracraniana. Mesmo com as dificuldades, Agda comemora, pois hoje a filha é saudável, alegre e frequenta escola regular.
A psicóloga Alessandra Araújo aponta que os pais em geral, em especial os de bebês prematuros, são tomados por ansiedade, pois a criança passa por um processo delicado de internação. Mas é importante acreditar que a criança vai passar por tudo isso, e depois vai estar em casa, no colo dos pais.
“Muitas vezes a gente pedir com que esses pais se tranquilizem, eu acho que seria pedir um pouco demais, mas uma coisa que a gente sempre fala é na questão de vivenciar seus medos, suas angústias, suas alegrias em cada parecer positivo dos médicos com relação ao bebê e confiar na equipe médica, estar atento, conversar com os médicos, verificar quais são as possibilidades da criança, como é que está a evolução. Muitos hospitais trabalham na questão de deixar esses pais muito perto dessas crianças e isso vai auxiliando e tranquilizando entre aspas, o coraçãozinho desses pais”, completa.
Fonte: Brasil61