A atividade da indústria de transformação teve leve queda em agosto em comparação com os números de julho, aponta a pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Após uma série de três altas consecutivas, o emprego industrial registrou recuo de 0,1% e o rendimento médio real dos trabalhadores mostrou queda de 0,6%, depois de dois meses seguidos de resultados crescentes.
“A indústria vinha de bons resultados nos últimos meses, mas em agosto os resultados foram mais misturados. Não era um crescimento muito forte em algumas variáveis, então acomodações como essa acontecem. Não necessariamente significa que vai se reverter essa tendência de crescimento que vimos nos últimos meses, tampouco garante continuidade dessa alta nos próximos meses”, analisa o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI), índice que mede o nível de atividade da indústria mostrando a porcentagem do parque industrial que está trabalhando, também registrou queda em agosto: 0,3% em comparação com julho de 2022, ficando em 79,9%. Desde março do ano passado, o índice vinha acima dos 80%.
“Essa folga maior na UCI se deve a uma superação, ainda que parcial, dos diversos problemas trazidos pelas restrições nas cadeias de insumos, que vinham dificultando a atividade industrial, e aos poucos percebemos uma folga. Isso vem se refletindo no número de UCI”, explica Azevedo.
Avanços
Apesar do leve recuo em alguns indicadores, também há números positivos no período na indústria de transformação. Segundo a CNI, as horas trabalhadas na produção tiveram avanço de 3,5% em agosto. O índice retomou tendência de alta após abril, quando teve queda significativa. As horas trabalhadas cresceram três vezes nos últimos quatro meses, acumulando alta de 5,1% no período.
Pelo quarto mês consecutivo, o faturamento real avançou. Em agosto, o crescimento foi de 0,2% em relação a julho. O faturamento mantém trajetória de alta desde novembro de 2021 e, na comparação com agosto de 2021, o aumento foi de 7,5%.
Para o economista César Bergo, há otimismo para o setor industrial até o final de 2022. “A perspectiva para o ano é positiva. O setor industrial vem melhorando seu desempenho, sobretudo em determinadas áreas, e isso é importante para geração de emprego e de renda de qualidade. Aguardamos que, em função desses números, haja recuperação do setor industrial no segundo semestre e que a contribuição dele para o setor econômico seja muito positiva”, destaca.
Fonte: Brasil61